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Com política de diversidade e metas, Belgo Arames avança na inclusão de pessoas refugiadas

15/08/2024

Por Karine Wenzel


Charles Dorvil foi contratado em 2022 e já foi promovido. Foto: Nayara Leite/ Belgo Arames
Charles Dorvil foi contratado em 2022 e já foi promovido. Foto: Nayara Leite/ Belgo Arames

Com o compromisso de impactar a vida das pessoas e deixar um legado positivo para as comunidades, a Belgo Arames estabelece compromissos para apoiar a população refugiada desde 2020, quando lançou seu Programa de Diversidade e Inclusão. A iniciativa, que teve o apoio da liderança da empresa, contempla seis pilares - um deles é voltado a pessoas refugiadas e migrantes em situação de vulnerabilidade.  


“Decidimos trabalhar essa temática de forma intencional. Começamos com um pequeno grupo para debater e para ter um olhar voltado a esse público. Começamos a pensar nas necessidades específicas destas pessoas e o que poderíamos fazer para ir além”, relembra a gerente de Diversidade, Inclusão e Responsabilidade Social da Belgo Arames, Luciana Macedo.


Com esse pilar estabelecido, a líder brasileira na transformação de arames de aço desenvolveu uma política de contratação exclusiva para pessoas refugiadas e migrantes. Assim, passou a garantir o alinhamento de todas as pessoas envolvidas no processo seletivo, para que fosse uma etapa de fato inclusiva, com testes específicos para esse grupo, por exemplo. 


O cuidado com esse grupo segue também após a contratação. Ao entrar na empresa, a pessoa refugiada e migrante recebe um kit informativo com informações básicas sobre o Brasil e sobre a importância de aprender português  - inclusive com instruções de acesso a um curso on-line e gratuito do idioma, em parceria com a Unicesumar. 


A empresa também  consolidou um grupo de afinidade específico, composto por 11 pessoas envolvidas ativamente nas ações, e outras 38 pessoas aliadas como voluntárias, para dar visibilidade à pauta. Esse grupo atua em diversas frentes, com formação e sensibilização de lideranças, desenvolvendo cartilhas e materiais sobre o tema e reuniões on-line para debater o assunto internamente. A empresa ainda tem traduzido para o inglês, espanhol e francês vídeos fundamentais de segurança na fábrica. 


Com todas essas ações, a empresa, que começou as iniciativas de inclusão com dois funcionários haitianos, atualmente emprega 21 pessoas refugiadas ou migrantes em situação de vulnerabilidade vindas de Angola, Colômbia, Haiti e Venezuela. Esses profissionais atuam nas nove unidades da Belgo Arames no Brasil, em Minas Gerais, São Paulo e Bahia. 


“O grande benefício que vemos nestas contratações é a possibilidade de a gente incluir essas pessoas, que inspiram e influenciam de forma positiva os e as colegas. Eles também são profissionais muito dedicados, qualificados e produtivos e realmente enxergam valor na atividade que desempenham”, acrescenta Luciana. 


Charles Henry Dorvil é um desses profissionais. O haitiano veio ao Brasil em 2016 e, durante a sua primeira experiência profissional no país, chegou a fazer uma jornada laboral de 15 horas diárias, com o descumprimento de férias ou horários de descanso segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 


“Na Belgo, é diferente. Trabalho na empresa desde 2022 e no primeiro ano já fui promovido. Tenho escala de trabalho com descanso, folgas definidas e tiro férias. E já consegui comprar minha casa”, conta. 


O assistente de Produção atua na unidade de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, e destaca a importância do emprego para reconstruir sua vida e autonomia no Brasil: “Gosto de falar que, quando a gente não trabalha, não existe liberdade. Se eu não trabalhar, não tenho direito de escolher. Ter um trabalho digno no país que me recebeu permite reconstruir a minha história, ter a minha liberdade de volta. O Brasil é um país que tem muita oportunidade, mas tem que saber aproveitar”, ressalta.



Rodas de conversa e ações com a comunidade


A Belgo Arames também promove anualmente rodas de conversa com as pessoas refugiadas e migrantes para entender seus planos, no que a companhia pode avançar e para acompanhar suas trajetórias dentro da empresa. 


A companhia trabalha ainda em prol da comunidade refugiada, fazendo doações de computadores para organizações que atuam com essa população e estabelecendo parcerias. Em 2023, por exemplo, apoiou a pesquisa “Mercado de trabalho para pessoas refugiadas no Brasil”, realizada pela Colettivo da Vagas, em parceria com o Fórum Empresas com Refugiados, que identificou que, das 289 pessoas refugiadas participantes, mais da metade (55,7%) estava desempregada.


E já de olho no futuro, a Belgo Arames quer avançar ainda mais na inclusão de pessoas refugiadas. Para isso,  assumiu um compromisso importante junto ao Fórum Global sobre Refugiados, principal movimento global relacionado à causa: capacitar 400 pessoas refugiadas para o mercado de trabalho até 2027.


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