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Sodexo capacita e contrata refugiados para atuarem como copeiros hospitalares

Atualizado: 24 de mar. de 2021

Projeto Somos Todos Cuidadores oferece formação gratuita do Senac e profissionais formados podem ser contratados para trabalhar em hospitais


Por: Yana Lima

Desde o lançamento do projeto Somos Todos Cuidadores, em junho de 2019, a empresa capacitou e formou 90 pessoas em vulnerabilidade social e situação de refúgio, que foram contratadas para atender em hospitais da capital paulista.


Copeiros hospitalares são responsáveis por preparar a dieta dos pacientes de acordo com as prescrições médicas, montar os pratos e servir nos quartos. De acordo com a gerente de Diversidade e Inclusão da Sodexo On-site, Lilian Rauld, as refeições são preparadas pela Sodexo e devem seguir minuciosamente as orientações médicas, para garantir a saúde dos pacientes.


"A posição de copeiro hospitalar é muito requerida dentro dos hospitais. Não podemos errar numa dieta porque podemos arriscar a vida do paciente. Essa posição para nós é muito importante e não existe uma grande oferta para esta função no mercado. Por conta disso, tivemos a ideia de formar pessoas refugiadas para estes cargos”, comenta Rauld.

Para sair do papel, o projeto contou, inicialmente, com o apoio financeiro do IFC, membro do Grupo Banco Mundial, e com a parceria metodológica do Senac, que ministrou as aulas e cedeu o espaço de estudos. A seleção da turma foi feita com a ajuda do Instituto Venezuela, que indicou os abrigos e intermediou os contatos. A interlocução de diferentes atores contribui para diversidade e divulgação da iniciativa. Segundo Diogo Bardal, analista de investimento do IFC, a intenção é que o projeto se torne cada vez mais conhecido e possa inspirar outras ações de inclusão no mercado de trabalho brasileiro.


“O apoio a esse projeto faz parte de um acordo de cooperação do IFC com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) para achar soluções, tanto para populações locais em situação de vulnerabilidade, como para populações em situação de refúgio nas áreas de moradia, inclusão financeira e empregabilidade. Esse projeto serve como ponto de partida, para que outras empresas possam replicá-lo e que as ideias ganhem escala”, explica Bardal.

Somos Todos Cuidadores: da criação à empregabilidade


A turma piloto do projeto Somos Todos Cuidadores contou com refugiados da Venezuela, que moravam em abrigos de São Matheus e Guarulhos e mulheres participantes do projeto Tem Saída - iniciativa idealizada pela Promotora de Justiça Maria Gabriela Mansur que tem como objetivo o empoderamento financeiro das mulheres vítimas de violência doméstica.


“Nesta primeira turma, havia enfermeiros, técnicos de nutrição e até uma médica pediatra. Foi uma turma muito rica, a mistura de nacionalidades foi excelente. Muitas pessoas ficaram amigas, as venezuelanas puderam melhorar o português, as brasileiras aprenderam um pouco de espanhol. Foi uma troca cultural muito boa”, conta Rauld.


O curso, ofertado pelo Senac, teve a duração de 40 horas, executadas ao longo de duas semanas. A metodologia inclui aprendizado sobre o preparo, montagem de bandeja. distribuição de refeições e dietas em copas de hospitais e das instituições de saúde. Os profissionais são estimulados a desenvolver precisão, agilidade e sincronicidade.


A primeira graduação foi realizada no dia 4 de julho de 2019, na sede da Sodexo On-site, com a entrega dos diplomas do Senac. Segundo Rauld, após duas semanas da conclusão do curso, todos os participantes já tinham sito contratados por hospitais clientes da Sodexo. Todas as contratações seguem a modalidade CLT.


O sucesso da primeira turma garantiu a concretização de uma segunda em setembro de 2019. Desta vez, contou com 21 refugiados e 9 mulheres do projeto Tem Saída. A novidade da segunda turma foi a inclusão de curso de português para os alunos estrangeiros. A ideia surgiu a partir do feedback recebido dos hospitais. O Instituto Berlitz ofereceu aulas de português gratuitas, que duravam três horas e ocorriam de segunda a sexta nos abrigos.


“Recebemos muitos feedbacks positivos, falando que são pessoas atenciosas, preocupadas, responsáveis, chegam no trabalho no horário. São pessoas muito comprometidas. Aos 45 dias do novo funcionário, mandamos um questionário ao gerente da unidade do hospital. Depois dessa avaliação, fazemos encontro presencial para feedback em reunião”, explica a gerente da Sodexo.

As duas primeiras turmas tiveram turnover zero, ou seja, todos os refugiados que se formaram, foram contratados.


“Sabemos que times diversos desempenham melhor, engajam mais. Estamos convencidos disso. Não queremos tudo igual. Queremos mistura. Nosso cliente é diverso. O consumidor é diverso. Então, precisamos também ter diversidade nas equipes”, conclui Rauld.

Mãe e filha formadas e contratadas


Aleska Mendez se formou na primeira turma do projeto Somos Todos Cuidadores. A venezuelana é médica pediatra e deixou o país de origem com o agravamento da crise humanitária e social enfrentada nos últimos anos. Em janeiro de 2019 ela chegou a São Paulo e seis meses depois estava com o certificado do curso e empregada em um hospital.


"No mesmo dia da formatura, já me disseram em qual hospital eu iria trabalhar. Quando recebi meu primeiro salário, reuni minhas economias para trazer minha família para o Brasil. Eu mandava dinheiro para meus pais e minha filha, mas já não era suficiente. Precisava trazê-los”, conta Aleska.


As habilidades médicas e a expertise na área da saúde fizeram com que Aleska se destacasse, e em pouco tempo ela passou a liderar a equipe de copeiras do hospital onde trabalha. A filha Johneska Mendez chegou a São Paulo e conseguiu ingressar na segunda turma do curso. Começou a trabalhar também como copeira hospitalar em local diferente da mãe.


“Estudava Inspeção de Saúde em uma das melhores universidades da Venezuela. Não pude terminar pela situação do país. Eu tenho 20 anos, sou jovem, não tenho experiência. Não sabia se conseguiria um emprego facilmente aqui no Brasil, mas minha mãe sempre diz que precisamos ter esperança e que encontraríamos uma solução”, comenta Johneska. Conheça mais da história de Aleska e Joaneska no vídeo.


Em abril de 2019, a Sodexo contava com 92 funcionários em situação de refúgio no Brasil. Em menos de um ano, a empresa dobrou este número e criou o projeto Somos Todos Cuidadores. Para saber mais sobre os primeiros passos da empresa na inclusão de refugiados, leia a primeira boa prática da plataforma Empresas com Refugiados.

1 Comment


C.marcelia Meléndez
C.marcelia Meléndez
May 12, 2021

Que puedo hacer para entrar en el curso tengo 5 meses aqui ten Manaus y no e conseguido un empleo


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